12ª EDIÇÃO DO CONCURSO DE REDAÇÃO "VINÍCIUS DE MORAES" - 2025
(de acordo com a Resolução 581/14 alterada pelas Resoluções nº 648/16 e 678/17 )
Apesar de parecer um tema recente, a Inteligência Artificial (IA) não é nova. O campo de pesquisa teve início na década de 1950, com trabalhos fundamentais como o artigo de Alan Turing, que já em 1950 propôs a questão “máquinas podem pensar?”, e culminou na conferência de Dartmouth, em 1956, quando John McCarthy cunhou oficialmente o termo “inteligência artificial”, reunindo pesquisadores como Marvin Minsky e Herbert Simon (WIKIPÉDIA, 2024).
A IA já é parte do cotidiano há bastante tempo, ainda que de forma sutil. Corretores ortográficos em editores de texto, reconhecimento de impressões digitais em caixas eletrônicos, desbloqueio facial em smartphones e sugestões de palavras ao digitar são exemplos claros de como a IA já está presente na rotina das pessoas (ASIMOV ACADEMY, 2024).
Nos últimos 10 a 15 anos, o poder computacional cresceu de forma exponencial, permitindo o avanço de algoritmos mais robustos e o surgimento dos chamados grandes modelos de linguagem (LLMs), como o ChatGPT e o Gemini. Essa combinação de dados em larga escala, computação de alto desempenho e redes neurais profundas é o que torna a IA moderna possível (COSTA, 2024).
A IA pode ser uma grande aliada na produtividade. Ferramentas inteligentes já auxiliam profissionais em tarefas de análise de dados, interpretação de padrões, geração de textos, imagens, códigos e até diagnósticos médicos preliminares. Nesses casos, a tecnologia complementa o trabalho humano, tornando-o mais rápido, preciso e eficiente. No entanto, a curadoria, o julgamento e a decisão final continuam sendo, na maioria das situações, de responsabilidade exclusivamente humana.
Por outro lado, em funções altamente repetitivas, padronizadas e automatizáveis, a Inteligência Artificial tem substituído o trabalho humano. Isso pode ser observado em setores como atendimento ao cliente, análise de currículos, detecção de falhas em processos industriais ou operações logísticas. Nessas áreas, a IA pode executar tarefas com mais velocidade e menos erros do que profissionais humanos.
Essas transformações não significam, necessariamente, a extinção dos empregos, mas indicam uma nova reconfiguração do trabalho e das empresas. À medida que algumas atividades se tornam obsoletas, outras surgem, exigindo diferentes perfis profissionais. Essa nova configuração valoriza competências como pensamento crítico, criatividade, empatia e, sobretudo, a capacidade de interagir com as próprias tecnologias. Ao mesmo tempo, cresce a demanda por profissionais especializados em programação, ciência de dados e outras áreas técnicas, essenciais para o desenvolvimento, a manutenção e a aplicação da Inteligência Artificial. Como consequência, o próprio sistema educacional também precisará se adaptar, incorporando esses novos conhecimentos e habilidades às suas propostas formativas, preparando as próximas gerações para os desafios e oportunidades do trabalho no futuro (SUMARÉ, 2025).
O impacto da Inteligência Artificial nas relações de trabalho é inegável e inevitável. Algumas atividades poderão, sim, ser substituídas por máquinas mais rápidas e precisas, mas, ao mesmo tempo, novas oportunidades surgirão, exigindo habilidades diferentes e um novo olhar para o futuro profissional. Preparar as pessoas para esse cenário é um desafio urgente e coletivo, que envolve não apenas o sistema educacional, mas toda a sociedade. Um dos maiores esforços será tornar esse conhecimento acessível e significativo para as diversas gerações que hoje convivem no mundo do trabalho, considerando suas diferentes realidades culturais, sociais e tecnológicas (FGV, 2024).
Formado em Ciência da Computação com diversas pós-graduações na área de TIC. Possui também formação em psicopedagogia. Gerente de Suporte Técnico em instituição privada, Diretor Técnico e de Operações na Fábrica de Inovação e Professor do Ensino Superior nas FATECs Araras e Limeira. Autor de cinco livros técnicos editados pela editora Casa do Código do grupo Alura e de um romance, editado pelo Kindle Direct Publishing da Amazon.